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Surto de norovírus exige ações no saneamento da Baixada Santista

O início de 2025 foi marcado por uma crise sanitária na Baixada Santista, com um surto de norovírus que afetou diversas pessoas, causando gastroenterites agudas. A transmissão ocorre via fecal-oral e geralmente está relacionado à falta de saneamento básico adequado.
Esse episódio não é um evento isolado, mas o reflexo de falhas estruturais e de gestão no sistema de saneamento da região. De forma sistemática, o Sintius vem denunciando o sucateamento da empresa ao longo das últimas gestões do Governo do Estado para justificar a privatização da Sabesp. A situação é agravada pela negligência das autoridades locais em monitorar e agir de forma eficaz sobre esse problema essencial à saúde pública.
Apesar de o turismo ser um dos pilares econômicos da região, a Baixada Santista tem um sistema de saneamento incapaz de suportar a grande demanda gerada pela população flutuante. Durante períodos de alta temporada, a sobrecarga no sistema pode resultar em problemas de extravasamento e contaminação das águas, comprometendo não apenas a saúde da população local, mas também a imagem da região como destino turístico.
Os municípios da Baixada Santista perderam o poder concedente sobre o saneamento e passaram a fazer parte de um grupo formado por 370 cidades de várias regiões do Estado. Essa mudança levanta dúvidas sobre o poder de cobrança das prefeituras locais para exigir os investimentos necessários, a fim de garantir o atendimento adequado à população.
Outro ponto crítico é a gestão da drenagem e a fiscalização do descarte de esgoto nas galerias e canais pelos municípios. As prefeituras devem se empenhar mais em combater o descarte clandestino e em melhorar a infraestrutura de drenagem.
Também é urgente dar maior celeridade à regularização urbanística das favelas, onde as famílias mais vulneráveis vivem sem acesso adequado a serviços de saneamento básico.
O Sintius reforça que é preciso estabelecer um plano de ação a curto, médio e longo prazos entre Governo do Estado, prefeituras e Sabesp/Equatorial sobre a infraestrutura de saneamento na Baixada Santista. É essencial que as vaidades políticas sejam deixadas de lado para que, finalmente, a região receba os investimentos necessários para garantir uma vida digna e saudável para seus habitantes.