A direção da Sabesp reuniu-se na manhã desta segunda-feira, dia 22, com a diretoria do Sindicato dos Urbanitários (Sintius) e de outras entidades para anunciar a escolha do novo plano de saúde dos empregados. A operadora contratada foi a Notredame (Hapvida), que passará a atender a categoria a partir de 1º de novembro.
O encontro, porém, não teve caráter de negociação: a decisão já estava tomada pela empresa e foi simplesmente comunicada, sem qualquer participação dos trabalhadores ou de suas representações.
Esse movimento escancara, mais uma vez, a postura autoritária da nova direção da companhia de saneamento em impor mudanças que afetam diretamente a vida dos seus empregados e aposentados.
A empresa tratou o processo como se fosse técnico e neutro, alegando ter contratado uma corretora internacional e analisado propostas de cinco operadoras. No entanto, no fim das contas, deixou de lado o diálogo social e a construção coletiva, que deveriam pautar uma decisão dessa magnitude.
Outro ponto de grande indignação é a manutenção da diferenciação de tratamento entre categorias. Enquanto técnicos e operacionais ficam restritos ao plano Advance 700 Enfermaria, os universitários (na prática, gerentes e cargos de chefia) terão acesso ao plano Advance 700 Apartamento, com condições mais vantajosas, como redução de coparticipação em atendimentos na rede própria da Hapvida. Ou seja: a empresa aproveitou a mudança para reforçar uma desigualdade histórica, colocando os trabalhadores de “chão de fábrica” em posição inferior.
Durante a reunião, a Diretoria do Sintius foi enfática ao dizer que a direção da Sabesp não respeita a história dos trabalhadores e está tirando a dignidade da categoria.
Ainda assim, os representantes da empresa tentarma amenizar a situação, afirmando que a implantação do novo plano já está definida, mas que poderia haver negociação posterior sobre hospitais credenciados na Baixada Santista e no Vale do Ribeira.
Outro detalhe importante é que a companhia admitiu que a escolha foi feita agora porque este é o último Programa de Demissão Voluntária (PDV) da empresa. A mensagem transmitida foi direta: “vai ser assim, engulam”, deixando claro que não há espaço real para debate.
Além disso, a Sabesp vende a ideia de que o novo plano é gratuito para empregados e dependentes, já que não haverá cobrança de mensalidade, apenas coparticipação, como se isso justificasse a forma arbitrária da escolha.
Entretanto, não se trata apenas de custo: trata-se de acesso digno e igualitário à saúde. A diferença de tratamento na categoria mostra que a direção está aproveitando o processo para implementar todos os absurdos que sempre quis impor. Estaremos em assembleia permanente. Vamos à luta!
Sabesp impõe novo plano de saúde sem diálogo com Sintius
22
set
2025