Na última sexta-feira, dia 23 de maio, a Sabesp reuniu-se com diversas entidades sindicais para apresentar novas medidas de segurança em suas instalações. O Sindicato dos Urbanitários da Baixada Santista e do Vale do Ribeira (Sintius) aproveitou a ocasião para questionar veementemente a retirada dos vigilantes armados das unidades operacionais a partir de 1º de maio, uma decisão que gerou preocupação e repercussão na imprensa regional.
A medida é vista como temerária, especialmente em áreas com histórico de furtos, invasões e violência. Tais incidentes não só colocam em risco a integridade física dos trabalhadores, mas também comprometem a infraestrutura essencial para o abastecimento público.
Durante a reunião, a Sabesp apresentou um conjunto de medidas tecnológicas, incluindo monitoramento inteligente remoto, instalação de sensores e câmeras, novos postos de vigilância desarmada e a modernização da Central de Operação e Controle (COC), que funcionará 24 horas por dia. A empresa informou que, em caso de violação, um funcionário de “pronta-resposta” será acionado para atendimento local.
Soluções propostas x problemas estruturais
Apesar da boa intenção da companhia, o Sintius alertou que o modelo de pronta-resposta já existe em contratos de empresas terceirizadas da Sabesp e nunca funcionou adequadamente.
A lentidão ou ausência de resposta em situações reais já comprometeu a segurança de diversas unidades no passado. Além disso, não há garantias de que essa dinâmica mudará com a substituição da vigilância armada.
O Sindicato apontou, ainda, problemas estruturais que inviabilizam a eficácia das soluções remotas, como furtos frequentes de cabos de energia e dados em muitas regiões da Baixada Santista e do Vale do Ribeira, deixando os sistemas de monitoramento inoperantes. Sem energia, sem rede e sem vigilância presencial, a vulnerabilidade das unidades se torna total.
A retirada dos vigilantes, sem uma análise técnica local específica e sem alternativas de igual efetividade, expõe os trabalhadores e fragiliza o controle social sobre áreas críticas do saneamento.
O Sintius reconhece a importância da tecnologia, mas reforça que ela deve ser complementar, e não substitutiva, à presença física nos locais mais sensíveis.
A Diretoria do Sintius continuará acompanhando de perto o tema, exigindo que quaisquer mudanças sejam feitas com responsabilidade, diálogo e atenção à realidade concreta das unidades operacionais.