O ano de 2026 mal começou e a Sabesp já impõe um novo peso sobre o bolso dos consumidores da Baixada Santista e do Vale do Ribeira. A Arsesp (Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo) aprovou um reajuste de 6,11% nas tarifas, que entrará em vigor em 1º de janeiro.
O aumento, anunciado no dia 1º de dezembro, é justificado como reposição da inflação acumulada nos últimos 16 meses e atingirá todos os consumidores atendidos pela companhia no estado. Na prática, para residências com consumo entre 11 m³ e 20 m³, o custo de mil litros passará de R$ 6,01 para R$ 6,40.
Este é o primeiro reajuste após a polêmica privatização da companhia. A decisão reacende críticas e questionamentos, visto que o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) havia acenado com a promessa de que a tarifa não aumentaria para a população – discurso posteriormente ajustado para garantir que o aumento não superaria um índice contratual projetado. Embora os 6,11% estejam abaixo do teto previsto no contrato, a realidade do aumento contradiz o tom otimista da época da venda.
A crítica se intensifica ao confrontar o reajuste com a qualidade dos serviços. O aumento ocorre justamente em um período marcado por reclamações crescentes de moradores da Baixada Santista, que relatam torneiras secas, intermitência no fornecimento de água e, de forma ainda mais grave, extravasamentos de esgoto atingindo diversas localidades.
A contradição entre tarifas mais altas e uma infraestrutura defasada tem sido alvo de críticas contundentes de lideranças políticas regionais, especialistas e representantes da sociedade civil.
O reajuste tarifário, sob a chancela da inflação, apenas reforça a percepção de que, apesar da mudança de gestão, o lucro continua sendo a prioridade diante da demissão de trabalhadores e da precarização dos serviços ofertados à população.
Reajuste da Sabesp expõe contradição entre tarifas mais altas e falhas nos serviços
02
dez
2025