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PRIVATIZAÇÃO DOS SETORES DE SANEAMENTO E ENERGIA DEIXAM A POPULAÇÃO SEM ÁGUA E SEM LUZ

“O povo paga a conta do lucro privado e da omissão do governo”
O colapso da energia elétrica em São Paulo não é um fato isolado. Ele é parte de um projeto político conduzido pelo Governo do Estado, que aposta na privatização de serviços essenciais como solução mágica, mas entrega à população apagões, tarifas elevadas, precarização do trabalho e perda de controle social.

Ao admitir agora a possibilidade de rompimento do contrato com a Enel, o próprio governo reconhece o fracasso de um modelo que defendeu, incentivou e blindou por anos. Mas o problema não se restringe à energia. O mesmo roteiro está em curso no saneamento básico, especialmente após a privatização da Sabesp, com impactos já perceptíveis no Estado e, de forma ainda mais sensível, na Baixada Santista.

ENERGIA E SANEAMENTO: SETORES DIFERENTES, MESMA LÓGICA DE DESMONTE

A experiência da privatização da energia elétrica em São Paulo expõe um padrão que começa a se repetir no saneamento:

Na energia (Enel):

Apagões recorrentes e prolongados

Redução de investimentos em manutenção da rede

Demissões, terceirização e perda de conhecimento técnico

Multas bilionárias sem efetividade

População desassistida em momentos críticos

No saneamento (Sabesp privatizada):

Pressão crescente por reajustes tarifários

Incerteza sobre a manutenção de investimentos estruturais

Risco de redução de serviços em áreas menos rentáveis

Fragilização do controle público e social

Precarização das relações de trabalho e ameaça aos empregos

Nos dois casos, a lógica é a mesma: maximização do lucro, minimização da responsabilidade social.

BAIXADA SANTISTA: REGIÃO ESTRATÉGICA, RISCO REDOBRADO

Na Baixada Santista, os impactos da privatização tendem a ser ainda mais graves. Trata-se de uma região:

Com alta densidade populacional e sazonalidade intensa

Polo turístico, portuário e industrial estratégico para o país

Altamente dependente de energia e saneamento contínuos e de qualidade

Qualquer falha nesses serviços afeta diretamente:

A saúde pública, especialmente em áreas vulneráveis

O funcionamento do Porto de Santos e da cadeia logística

O turismo, o comércio e o emprego

A segurança da população em períodos de chuvas intensas

Apagão elétrico ou falha no abastecimento de água e no esgotamento sanitário não são transtornos — são crises sociais e econômicas de grandes proporções.

O GOVERNO DO ESTADO: O MESMO PROJETO, A MESMA RESPONSABILIDADE

É o mesmo Governo do Estado que:

Permitiu o sucateamento da distribuição de energia

Ignorou alertas de trabalhadores e sindicatos

Blindou concessionárias mesmo diante de falhas reiteradas

Privatizou a Sabesp sem garantir mecanismos efetivos de proteção ao interesse público

A omissão na energia e a pressa no saneamento revelam um projeto ideológico, não técnico. Um projeto que trata direitos como ativos financeiros.

ENERGIA E ÁGUA SÃO DIREITOS FUNDAMENTAIS

Energia elétrica e saneamento básico não são serviços acessórios. Eles sustentam:

A vida, a saúde e a dignidade humana

Hospitais, escolas, creches e serviços públicos

A produção industrial, o comércio e o emprego

A proteção ambiental e o desenvolvimento sustentável

Sem energia, não há funcionamento da sociedade moderna.
Sem água e saneamento, não há saúde pública.

Entregar esses setores ao mercado, sem controle rigoroso, é colocar a população em risco permanente.

REESTATIZAR É PROTEGER A SOCIEDADE

Diante do fracasso da privatização da energia e dos sinais claros de risco no saneamento, cresce a necessidade de rever o modelo adotado pelo Estado de São Paulo. Reestatizar ou fortalecer o controle público não é retrocesso: é assumir responsabilidade histórica.

Isso significa:

Planejamento de longo prazo

Investimento contínuo

Valorização dos trabalhadores dos dois setores

Transparência e controle social

NÃO É APENAS UM APAGÃO — É UM PROJETO DE DESMONTE

O que ocorre em São Paulo e na Baixada Santista é um alerta claro:
quando o Estado abdica do seu papel, o mercado não protege direitos.

Energia e água não são mercadorias.
São direitos do povo.
E direitos não se privatizam.