“O anúncio feito por Donald Trump, impondo uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros ao mesmo tempo em que sai em defesa de Jair Bolsonaro, representa uma perigosa escalada nos ataques à soberania do Brasil e ao futuro da classe trabalhadora.”
Estamos diante de uma medida desproporcional, ideológica e antidemocrática, que joga o peso de disputas políticas internacionais nas costas dos trabalhadores e das trabalhadoras brasileiras. Essa tarifa não atinge apenas exportações: ela impacta diretamente a produção nacional, o emprego e a renda, especialmente em setores como o agronegócio, mineração e a indústria de transformação – bases fundamentais para nossa economia.
O SINTIUS vê com grande preocupação esse tipo de retaliação externa. Além de ferir o princípio do diálogo entre nações soberanas, a decisão cria instabilidade geopolítica e pode isolar economicamente os Estados Unidos em fóruns multilaterais. Mas, para nós, o que importa acima de tudo são os efeitos reais no cotidiano da classe trabalhadora brasileira.
Se cair a exportação, cai o emprego, cai o salário, cresce a miséria. E quem sofre mais são os que estão na ponta da produção, nos galpões, nas minas, nas lavouras, nas fábricas e nas estações de tratamento de água e energia — trabalhadores e trabalhadoras que já enfrentam uma realidade dura de arrocho e precarização.
Diante disso, o movimento sindical tem um papel crucial. Precisamos estar vigilantes e mobilizados para:
Defender os empregos ameaçados pelas perdas comerciais;
Cobrar do governo federal medidas compensatórias urgentes, como incentivos à produção interna e ampliação de acordos com outros mercados;
Denunciar publicamente o caráter político dessa retaliação, que visa desestabilizar o país e enfraquecer nossas instituições democráticas;
E sobretudo, fortalecer a solidariedade internacional entre sindicatos, unindo os trabalhadores de diferentes países contra esse tipo de arbitrariedade.
Essa tarifa é mais do que uma questão de comércio. É um ataque indireto aos direitos sociais e trabalhistas, e uma tentativa de usar o Brasil como peão em um jogo de interesses de extrema-direita.
O SINTIUS não aceitará calado esse tipo de agressão. Seguiremos firmes na defesa do trabalho digno, da democracia e da soberania nacional. É hora de união e luta.
Tanivaldo Monteiro Dantas
Presidente do SINTIUS – Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas de Santos, Baixada Santista, Litoral Sul e Vale do Ribeira