Enquanto o povo comemora o 1º de maio — Dia do Trabalhador — a nova dona da SABESP, o grupo Equatorial, deu um presente amargo para os funcionários da empresa e para toda a sociedade: escancarou as portas da insegurança.
Em uma decisão tão absurda quanto perigosa, a Equatorial iniciou a retirada de seguranças armados e reduziu drasticamente os controladores de acesso em estações de tratamento de água e esgoto. Locais que já enfrentaram assaltos e ameaças graves agora estão completamente expostos à ação criminosa.
Os trabalhadores dessas unidades passaram a viver sob constante tensão. Isolados, sem apoio, sem proteção mínima, estão se tornando alvos fáceis de criminosos. Há relatos de equipes trabalhando com medo, em pleno plantão, sem saber se sairão ilesas ao fim do turno.
Mas o risco não para por aí: com essas instalações vitais desprotegidas, o sistema de abastecimento que atende milhões de paulistas fica fragilizado. A qualquer momento, ações criminosas podem comprometer o funcionamento dessas estruturas essenciais, colocando em xeque o fornecimento de água para hospitais, escolas, casas e empresas.
E o Estado? Assiste calado. As autoridades, que deveriam fiscalizar e garantir condições mínimas de segurança aos trabalhadores e à população, se omitem vergonhosamente. A privatização prometia eficiência e qualidade — o que se vê é abandono e risco.
A pergunta é urgente: quem responde se um trabalhador for atacado? Quem será responsabilizado se a população ficar sem água por causa de ações criminosas em um sistema desprotegido?
A Equatorial escancara, sem pudor, o que está por trás da privatização: cortes brutais de custos que sacrificam vidas humanas, segurança e bem-estar social em nome do lucro. Não se trata apenas de má gestão — é descaso, é negligência institucionalizada.
Hoje, os trabalhadores da SABESP vivem com medo. E toda a sociedade está no mesmo barco, navegando rumo ao colapso de um serviço essencial que jamais deveria estar nas mãos da insegurança e do improviso.