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Situação caótica no entorno de unidade da Sabesp gera revolta da comunidade

A situação de calamidade e abandono do Booster São Vicente, da Sabesp, persiste, apesar das cobranças feitas pela Diretoria do Sindicato dos Urbanitários (Sintius). O cenário de lixo, ratos e insegurança em torno da unidade, denunciado pela entidade na edição de agosto do Jornal Urbanitário, não apenas continua, como tem afetado de forma crescente a comunidade local.
Localizado na Avenida Capitão Luiz Horneaux, no bairro Jardim Guassu, o Booster São Vicente é uma estação fundamental para o abastecimento de água do Município e até de áreas de Praia Grande. No entanto, a importância estratégica da unidade contrasta com o total estado de abandono e descaso do poder público.
O acúmulo de lixo — restos de comida, entulho e fezes de animais e roedores — tomou conta do entorno. Para piorar, a presença de uma cracolândia nas proximidades agrava a degradação urbana, já que usuários de drogas descartam resíduos, atraindo ainda mais pragas para a região.
A situação é ainda mais alarmante pela grave infestação de ratos, que invadem a estação, roem cabos e deixam fezes por todo o local. Esse quadro coloca em risco não apenas a saúde dos trabalhadores, mas também a qualidade da água distribuída às torneiras da população, transformando-se em uma ameaça direta à saúde pública.
O Sintius lembra que a situação não é novidade. A instituição já havia feito essa denúncia no boletim de agosto, além de ter enviado um ofício à Sabesp em julho, alertando para os riscos no entorno da unidade. Mesmo após os avisos, nada foi feito.
O problema se agravou a ponto de os moradores da comunidade ameaçarem invadir a área da empresa, que hoje não conta mais sequer com um portão de proteção.
Apesar dos alertas, a Sabesp e a Prefeitura de São Vicente seguem sem tomar providências efetivas. A inação do poder público é lamentável, pois a ausência de limpeza, de fiscalização e de políticas conjuntas é apontada como uma das principais causas da crise no entorno do Booster.
O presidente do Sintius, Tanivaldo Monteiro Dantas, reforça que a Sabesp e as autoridades municipais precisam assumir a responsabilidade e adotar medidas imediatas. Segundo ele, as questões apontadas pelo Sindicato já foram denunciadas anteriormente, mas permanecem sem solução. “Não podemos aceitar que esse problema continue sendo ignorado, pois está afetando diretamente a saúde, a segurança e o bem-estar da comunidade”, destacou.
Enquanto isso, moradores e trabalhadores continuam expostos a riscos de saúde e de segurança. Até quando a Sabesp alegará falta de verba para uma higienização básica? Até quando a Prefeitura de São Vicente vai se omitir diante de um problema que impacta diretamente a vida da população?
No fim das contas, quem paga o preço da falta de responsabilidade e de cuidado com a infraestrutura pública é, mais uma vez, o cidadão.