Sintius defende saneamento público em audiência da Uvebs em Cubatão

A Diretoria do Sindicato dos Urbanitários (Sintius) não poupou críticas à atual gestão da Sabesp e às consequências negativas da privatização da empresa durante audiência pública promovida pela União dos Vereadores da Baixada Santista (Uvebs) para discutir os problemas na prestação de serviços da companhia de saneamento na região. O encontro foi realizado na Câmara de Cubatão, na noite da última quarta-feira (24).
O secretário de Organização, Formação e Política Sindical do Sintius, Henrique “Marreta”, fez uma análise contundente sobre o processo de privatização da Sabesp e seus impactos diretos sobre os cidadãos e os trabalhadores. Segundo ele, esse processo tem levado à busca incessante pelo lucro, em detrimento da qualidade do serviço prestado à população.
“O aumento do lucro da empresa está diretamente relacionado à redução dos investimentos em infraestrutura, o que tem feito o atendimento à população piorar cada vez mais”, destacou o dirigente sindical, que trabalha na companhia há 12 anos.
Marreta também lembrou que, atualmente, 81,7% do capital da Sabesp está nas mãos de acionistas privados – o restante segue sob controle do Governo do Estado. Após a privatização, o lucro líquido da empresa disparou, alcançando R$ 9,5 bilhões no ano passado. No entanto, esses números não se refletiram em melhorias no serviço oferecido à população.
A audiência contou com a presença de 13 dos 15 vereadores de Cubatão. De forma unânime, eles criticaram a empresa pelas falhas e problemas no abastecimento de água. As manifestações foram reforçadas por moradores de Cubatão e São Vicente, assim como pelo presidente da Uvebs, Cadu Barbosa, que é legislador em Praia Grande, e pelo vereador de São Vicente Tiago Peretto.
“A nossa luta é muito anterior à própria existência da Sabesp. Somos uma categoria histórica na Baixada Santista e o sistema de saneamento que representamos tem mais de 80 anos”, frisou Marreta. Ele defendeu a reestatização da empresa e destacou que o saneamento deve ser tratado como uma questão cooperativa, com participação direta da população.