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Privatização da Sabesp já cobra seu preço: demissões em massa e água faltando na Baixada

Em um cenário de crescentes reclamações por falta de água e de insatisfação popular com a qualidade dos serviços na Baixada Santista, a Sabesp realizou, na manhã desta quinta-feira, dia 21, a demissão de ao menos cinco trabalhadores.

A decisão da companhia de saneamento de cortar empregos em um momento de crise hídrica e de descontentamento dos consumidores apenas reforça a preocupação da Diretoria do Sindicato dos Urbanitários (Sintius) sobre as reais prioridades da empresa, que foi privatizada há um ano.

O Sindicato repudia a postura da empresa, que, em vez de reforçar seu quadro de pessoal para resolver os problemas operacionais, opta por reduzir sua força de trabalho.

Ao longo dos últimos meses e de forma gradual, empregados com muita experiência e qualificação estão sendo trocados por mão de obra terceirizada sem o preparo profissional adequado e com remunerações inferiores.

Essa prática não apenas precariza o trabalho, como também compromete a qualidade do serviço essencial prestado à população e eleva os riscos de acidentes, uma vez que o conhecimento e a vivência dos companheiros demitidos são essenciais.

Nesta semana, a imprensa regional noticiou que um terceirizado da Sabesp derrubou um poste no bairro da Enseada, em Guarujá, ao dirigir um maquinário pesado aparentemente embriagado, segundo relato de populares.

Essa postura da Sabesp tem um efeito cascata negativo para a economia local. Com salários mais baixos, a circulação de dinheiro na região diminui, reduzindo o consumo da população e afetando diretamente outros setores do comércio e de serviços. Para o Sintius, o lucro da empresa não pode se sobrepor à dignidade do trabalho e à qualidade do serviço público.