Sob protestos da Diretoria do Sindicato dos Urbanitários (Sintius), dirigentes de outras entidades de trabalhadores, estudantes e lideranças políticas, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística realizou, na última segunda-feira, dia 26, a audiência pública sobre o novo contrato de concessão da Sabesp, que entrará em vigor após a conclusão do processo de privatização.

A maioria dos presentes reclamou do horário do evento (14 horas), o que inviabilizou a participação da maioria da classe trabalhadora nesse debate fundamental na Associação Comercial de Santos. Também houve queixas contundentes, em especial das mulheres, da revista exagerada feita pelos seguranças.

Um estudante que se manifestou contrariamente à privatização chegou a ficar detido pela Polícia Militar nas escadarias da ACS com uma outra jovem, mas foram liberados após pressão dos representantes dos movimentos sindicais e populares. A Diretoria do Sintius também lamenta a postura do deputado estadual Paulo Mansur (PL), que chegou a ameaçar de prisão um trabalhador durante a audiência pública.

Os questionamentos sobre o futuro dos trabalhadores da Sabesp e a necessidade da manutenção de quadros experientes para a garantia de um serviço essencial, como o saneamento, não foram respondidos de forma adequada pelos representantes do Governo do Estado.

Durante o evento, ficou evidente a intenção do governador de plantão queimar etapas e iludir os municípios, impedindo discussões nas câmaras e com a população, excluindo os principais interessados na decisão de privatizar a Sabesp, um dos principais patrimônios da população paulista.

Para comprovar que esse processo para legitimar esse processo representa uma farsa, o Governo do Estado publicou, no dia 15 de fevereiro, mais de 25 mil páginas e as audiências públicas foram iniciadas oito dias depois. Somente a leitura ininterrupta do material levaria mais de 17 dias, o que comprova uma violação clara ds preceitos legais de participação popular e transparência.

Por esses motivo, o Sintius ingressou com uma ação judicial para solicitar o cancelamento da audiência pública, mas o pedido foi indeferido pela 2ª Vara da Fazenda Pública de Santos.
Seguimos firmes e fortes nessa luta contra a privatização da Sabesp!